Não há como celebrar a Páscoa, esta festa judaico-cristã, sem celebrar as doçuras do cacau e as alegrias do vinho. Tudo com moderação, claro.
E o desafio está lançado pela sommelière Giuliana Ferreira e o chef Bertrand Busquet, diretor da Chocolate Academy. Para você, qual é a melhor harmonização?
O chef Bertrand Busquet ofereceu quatro tipos de chocolates da marca Barry Callebaut para a experiência:
- Arriba, chocolate ao leite com 39% de cacau, produzido no Ecuador no Cacau Nacional. Um cacau mais antigo, mais raro que vem sendo substituído pelo Trinitário. Sabor suave, aromas de baunilha, notas lácteas e muito cremoso. As notas de aromas vêm da semente do cacau.
- São Thomé, com 70% de cacau, é um blend produzida na ilha São Thomé (África) no Golfo da Guiné e com longa tradição no cultivo do cacau. O cacau foi ali introduzido em 1822 com cacau vindo do Brasil.
É cacau bem intenso, bem aromático e bem escuro do tipo Forasteiro.
Sabor amargo com concentração grande de cacau, levemente picante, torrado, notas de capuchino, saboroso, frutado, notas florais e de café.
- Tanzânia, com 75% de cacau, é blend de amêndoas do cacau Crioulo e Forasteiro. Amargo muito intenso, sutil, frutado e com notas ácidas.
- Kumabo, tem 80,4% de cacau, é blend de cacaus de Tanzânia, Gana e São Thomé. Notas terrosas, especiarias, frutado, amargo e bem equilibrado.
Chocolate de qualidade tem que ter brilho, liberar seus aromas, produzir aquele croc, ou snap (o barulho crocante) quando trincamos nele os dentes e, em seguida, derreter rapidamente na boca!
A sommelière Giuliana Ferreira trouxe quatro vinhos para serem tomados resfriados:
- Pedro Ximénez Hechizo Ligero y Delicado, um vinho doce fortificado de Jerez de la Frontera, Espanha. Este Pedro Ximenez não passa em solera (tradicional método de amadurecimento de jerez), portanto não tem contato com carvalho e mantém os aromas de figos e frutas passas com um toque delicado e leve.
- Madeira Justino 3 anos doce, com notas doces, boa acidez, encorpado, taninos macios e final intenso e longo.
- Recioto Valpolicella Valpatena DOC, tinto italiano cujas uvas passam 150 dias de secagem para concentrar aromas e sabor. Passa depois em barricas de cerejeira por 12 meses e mais 3 em adega para afinamento. aromas de cereja madura, ameixa, framboesa, frutas secas, em boca é doce, boa acidez, encorpado e intenso.
- Duorum Porto Vintage, aromas de frutas negras maduras, frutas vermelhas e aromas balsâmicos.. Na boca é doce, muito encorpado, acidez equilibrada, final intenso e longo.
A melhor harmonização, resultados
Os vinhos curinga para chocolate foram o Recioto Valpolicella Valpantena Bertani e o Duorum Porto Vintage.
Com Pedro Ximenez, as melhores harmonizações foram com os chocolates São Thomé e Kumabo. Mas a harmonização campeã se deu com um chocolate com laranja!
Com Justino Madeira: em especial S. Thomé, Tanzânia e Arriba.
Com Recioto Valpolicella Valpantena Bertani: todos os chocolates, em especial o Kumabo.
Com Porto Duorum Vintage, todos os chocolates, em especial o São Thomé, Kumabo e o Tanzânia.
Com os chocolates
Arriba com Recioto e Madeira e Porto Vintage.
São Thome ficou ótimo com Madeira e Porto Vintage.
Tanzânia muito bom com Madeira e Porto Vintage.
Kumabo muito bom com Recioto e Porto Vintage.
Regrinha de ouro para harmonizar chocolate e vinho: chocolates amargos vão bem com Porto e Recioto. Chocolates menos amargos com vinhos mais suaves.
Serviço
Vinhos da Casa Flora e chocolates da Barry Callebaut.
Chocolate Academy São Paulo na av. Paulista 1048, 12˚ and. tel. 11-2123-7953. Oferece cursos diversos.